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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quando os cientistas mentem!


Uma descoberta científica importante traz fama e fortuna. Sempre houve charlatães dispostos a produzir falsas pesquisas e descobertas forjadas. O mundo moderno que aceita a ciência como verdade absoluta, muitas vezes se viu comprando gato por lebre. Conheça algumas dessas fraudes:

A tribo Tasaday

Em 1971, Manuel Elizalde, ministro da Filipinas revelou ao mundo a descoberta de uma tribo com características pré-históricas. Segundo Elizalde a suposta tribo vivia em cavernas na  ilha de Mindanao. Os Tasaday viraram manchete na televisão e nos jornais de todo o mundo. A National Geographic publicou uma reportagem de capa sobre a descoberta e os Tasaday também foram temas de um best-seller. Quando a comunidade científica quis investigar melhor o caso, o ditador Ferninand Marcos declarou a ilha como reserva nacional, inacessível a estrangeiros.
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Em 1986, com a volta da democracia nas Filipinas, a verdade veio à tona: Os Tasaday eram pessoas absolutamente normais. Viviam em casas, falavam um dialeto moderno e usavam jeans e camisetas. Indagados a respeito da fraude, revelaram que haviam sido obrigados a abandonar suas casas e viver como homens da caverna.Em 1983 Elizalde fugira do país com milhões de dólares de uma fundação criada para proteger o povo Tasaday.

As descobertas de Shinichi Fujimura

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Shinichi Fujimura foi um dos maiores arqueólogos do Japão. Em 1981, ele fez sua primeira descoberta: artefatos com milhares de anos. O fato alavancou a carreira de Fujimura e nos anos seguintes ele continuou fazendo descobertas incríveis.
Em 2000 ele anunciou a descoberta de artefatos, junto com o que parecia ser uma habitação primitiva. A suposta idade da descoberta era de 600.000 anos. Era o indício de civilização mais antigo, já descoberto. A repercussão internacional foi enorme.
Em novembro daquele ano, o jornal Mainichi Shimbun publicou três fotos na primeira página que mostravam Fujimura enterrando os artefatos, que mais tarde ele “descobriria”. Numa entrevista coletiva, o falso arqueólogo, admitiu a farsa e confessou envergonhado: “Fui tentado pelo diabo”.

Herança lamarckiana

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Durante a década de 1920 um cientista austríaco chamado Paul Kammerer desenvolveu um experimento para provar que a herança lamarckiana (a noção de que os seres vivos podem adquirir características e passá-las aos seus descendentes) era possível. Foram os experimentos realizados com o sapo parteiro.
A maioria dos sapos se acasala na água, mas o sapo parteiro - Alytes Obstetricans - chamado assim porque o macho carrega os ovos da fêmea fertilizados por semanas – se acasala em terra firme. Kammerer resolveu forçá-los a acasalar na água, aumentando a temperatura do aquário, para observar o que ocorreria. Depois de muito esforço, relatou o notável resultado: os sapos desenvolveram protuberâncias nupciais. Essas pequenas protuberâncias escuras nas patas permitem que os machos se segurem melhor às fêmeas durante o acasalamento aquático. O mais importante contudo é que ele também relatou que os sapos descendentes passaram a já nascer com as protuberâncias.
Foi então que em 1926 veio a bomba: quando Gladwyn Noble do Museu Americano de História Natural verificou o espécime conservado de Kammerer, não encontrou nenhuma protuberância nupcial. Viu ao invés muita tinta nanquim dando a coloração à pata. Publicando a revelação na revista Nature, Kammerer era acusado de cometer o pior ato que um cientista poderia cometer, a fraude.
Na época, Kammerer havia sido convidado para a Universidade de Moscou e estava preparando sua viagem. Ao saber da revelação de Noble, escreveu uma carta de defesa à Academia de Ciências Soviética onde admitia a fraude, mas não confessava tê-la feito. Escreveu que desconfiava de quem era o responsável, sem dizer seu nome. Tragicamente, pouco depois cometeu suicídio, em parte também por outras razões, incluindo um desentendimento amoroso.

O Homem de Piltdown

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O homem de Piltdown, descoberto em 1912, foi “a mais notória fraude científica do século”, diz o The Times, de Londres. A fraude foi exposta em 1953, após testes científicos terem provado que, longe de ser um elo perdido de alguma suposta cadeia evolucionária humana, o crânio era de um homem moderno e a mandíbula de um orangotango. Quem foi o autor dessa farsa esperta?
Durante anos, suspeitou-se de Charles Dawson, o advogado e geólogo amador que encontrou os restos cranianos. Outros suspeitos: Sir Arthur Keith, evolucionista fervoroso e ex-presidente do Colégio Real de Cirurgiões; o escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle; e o sacerdote francês Pierre Teilhard de Chardin. Contudo, faltavam provas conclusivas, de modo que Dawson foi por fim considerado o responsável.
Em 1997, descobriu-se o verdadeiro culpado: Martin A. C. Hinton, ex-curador de zoologia do Museu de História Natural de Londres, falecido em 1961. Foi encontrada no museu uma grande mala de lona que havia pertencido a ele. Dentro havia dentes de elefante, pedaços de um hipopótamo fossilizado, e outros ossos, que foram analisados com cuidado. Todos eles haviam sido envelhecidos com ferro e manganês, nas mesmas proporções que os ossos de Piltdown. Mas o fator decisivo foi a descoberta de cromo nos dentes, também usado no processo de envelhecimento.

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