titulo original: (Blow)
lançamento: 2001 (EUA)
direção: Ted Damme
atores: Johnny Depp , Penélope Cruz , Franka Potente , Paul Reubens , Ray Liotta
duração: 124 min
gênero: Drama
sinopse:
Baseado numa história real.
Em plenos anos 70, o tráfico de drogas cresce e se espalha cada vez mais rumo aos quatro cantos do planeta. Nos Estados Unidos seu elo principal é George Jung (Johnny Depp), que logo se torna o principal importador de cocaína do Cartel de Medelin, comandado por Pablo Escobar. Durante duas décadas, Jung foi um dos principais alvos do combate às drogas pelo Governo americano e foi o principal contato entre o tráfico americano e os principais cartéis colombianos.
"Algumas pessoas são astros do cinema, outras são astros do rock... eu era um astro da droga."
George Jung
O ator Johnny Deep e o verdadeiro George Jung |
Muita gente sabe que por trás da popularização da cocaína estavam os poderosos cartéis colombianos, determinados a ganhar muito dinheiro.
Mas o que poucos sabem é que, por trás desse negócio bilionário estava um americano chamado George Jung, que tornou possível a conexão entre os cartéis e os Estados Unidos.
George era um rapaz norte-americano que decidiu conquistar o Sonho Americano à sua maneira: tornando-se o primeiro americano a importar cocaína em larga escala para os Estados Unidos, e utilizando seus contatos para popularizar a droga em todas as classes sociais.
Quando o diretor Ted Demme leu o romance de Bruce Porter, ficou impressionado não apenas pela forma como a cocaína tornou-se um grande problema na América, mas também com a extraordinária história de George Jung, que personificou a busca pela liberdade e pelo dinheiro naquela época - e pagou um alto preço por tudo isso.
Para Demme, "Profissão de Risco" é uma história trágica, excitante e divertida, porque nos bastidores há sexo, drogas e rock'n roll. No filme, George Jung não é apenas um traficante, mas uma das primeiras pessoas a enxergar o potencial da cocaína para o consumo em massa, um homem à frente de seu tempo. Como a própria América, ele passou da inocência dos anos 60 para a decadência dos anos 70 e a redenção dos anos 80.
Para o papel de George Jung, Ted Demme queria um ator com talento para percorrer as mais profundas sensações humanas, e escolheu Johnny Depp. Segundo o diretor, "As nuances que Depp emprestou ao personagem nunca deixaram de me impressionar. Sua intuição é impecável."
Depp esteve várias vezes na prisão para conhecer o verdadeiro George Jung, seu universo e experiências com o tráfico. "Ele realmente se via como um pirata moderno, e não acreditava no sistema político, em regras ou chefes", comenta o ator. Ele sentiu que Jung via no tráfico de cocaína um negócio como outro qualquer, porém com um futuro promissor. E completa: "Espero que as pessoas o vejam como um ser humano. Ele não vai sair da prisão antes dos 72 anos. Outras pessoas envolvidas no caso pegaram dois ou três anos de prisão. Acho que Jung já foi suficientemente punido."
No papel da esposa de Jung está Penelope Cruz. "Ela interpreta Mirtha como uma mulher rebelde, que Jung quer domar, mesmo sabendo que não conseguirá.", comentou Johnny Depp.
Além de aprender sobre o estilo de vida dos traficantes, Cruz mudou seu sotaque de espanhol para colombiano. Para isso, conviveu bastante com as mulheres colombianas, o que a ajudou na composição de sua personagem.
Outra pessoa importante na vida de Jung foi seu primeiro amor, Barbara, interpretada pela alemã Franka Potente, em sua estréia no cinema americano. Potente acredita que Barbara influenciou a vida de George porque foi ela quem fez seu primeiro contato com as drogas. Quando se conheceram, no início dos anos 60, George e Barbara dividiram o sonho de levar uma vida livre. George queria viver esse sonho, mas depois que Barbara ficou doente, ele nunca mais se apaixonou. Ele aprendeu que a vida não é um conto de fadas. E essa mensagem ficou clara para George quando ele foi para a prisão.
Foi na prisão que George Jung conheceu Diego Delgado, que dizia estar infiltrado nos cartéis de drogas da Colômbia. Interpretado pelo ator espanhol Jordi Molla (também estreante no cinema americano), Delgado foi o homem que apresentou George Jung a Pablo Escobar e o introduziu no tráfico de cocaína, pois tinha medo de assumir a responsabilidade sozinho. Ele poderia ter ficado com todo o novo mercado e o dinheiro, mas precisava de alguém para dividir o peso emocional, e George era alguém em quem confiava.
Um dos personagens mais divertidos do filme é Derek Foreal, a "conexão californiana" de George Jung, interpretado por Paul Reubens, mais conhecido por seu personagem Pee-Wee Herman.
Ted Demme queria que Reubens mostrasse a transformação de um cabelereiro de Manhattan Beach no maior distribuidor da cocaína colombiana. "Paul fez exatamente o que eu sabia que faria: criou um personagem inesquecível, o preferido de todos, por ser muito divertido.", comentou o diretor.
Cliff Curtis teve a chance de interpretar um dos mais temidos e procurados criminosos contemporâneos: Pablo Escobar, chefe do cartel colombiano durante seus primeiros anos, um homem cuja fortuna pessoal era de US$ 40 bilhões.
Escobar foi preso pela polícia colombiana nos anos 90. "Eu interpretei uma das personalidades mais complexas e extraordinárias do mundo. Foi um desafio.", comentou Curtis.
Curtis se aprofundou nas informações que encontrou sobre Escobar, e ficou fascinado. "Ele era um homem perigoso, mas descobri, por exemplo, que ele construiu escolas e hospitais, e deu bônus em dinheiro para os professores, porque acreditava na educação. Publicou também um jornal sobre meio ambiente. E ao mesmo tempo, foi responsável por 500 mortes. Ele sempre foi uma contradição".
O argumento do filme , escrito por Nick Cassavetes (A Mulher do Astronauta) procura ser o mais objectivo possível ao tratar a questão da droga. Ao optar pela narração na primeira pessoa, deixa bem claro que os episódios que o espectador presencia, para além de serem verdadeiros, apresentam apenas o ponto de vista do protagonista.
Da forma como é retratado no filme, Jung nunca parece agir de má fé. Aliás, ele só se envolve com o tráfico porque é uma maneira fácil de fazer dinheiro. A personagem consegue até despertar a simpatia do espectador. Talvez pela sua natureza inconsequente, ou pelo facto de o realizador nunca o mostrar a cheirar cocaína. É engraçado notar que os traficantes são vistos como uma grande família.
Blow - Profissão de Risco em nada se parece com Medo e Delírio em Las Vegas, onde Johnny Depp também é narrador e está altamente envolvido com a droga. No filme anterior é feita uma sátira ao mundo dos estupefacientes e o espectador fica tão confuso com o que vê como as personagens. Aqui, por seu turno, há uma clara lição de moral.
Pois é, o crime não compensa e Jung está a cumprir uma pesada pena de prisão. No entanto, o filme compensa pelos ambientes que cria e, no fundo, pela história familiar que nos passa.
Palavras de George Jung
"A guerra contra as drogas era apenas uma ideologia do governo e nunca foi realmente uma guerra contra as drogas. Quero dizer, impedir a importação de drogas para os Estados Unidos da América é uma impossibilidade. Há 2.000 quilômetros de fronteira ao longo do fronteira com o México e as zonas costeiras, a milhares de quilômetros, e não há nenhuma maneira possível para interromper a importação delas para este país.
Mas então, você sabe, nós temos que vir para a piscina da auto-reflexão e é aí que está o monstro da razão e nós nos perguntamos: seria só o fato de que Carlos e eu termos tido a coragem de sermos maus ou porque tambem milhões de americanos não tiveram a coragem de serem bons? "
Curiosidades de Blow - Profissão de Risco:
- O filme é baseado num livro de Bruce Porter com um título muito elucidativo: How a Small-Town Boy Made a US$ 100 Million with the Medellin Cocaine and Lost it All. Ou em português: "Como um rapazinho do interior faz 100 milhões de dólares com a cocaína de Medellin e perde tudo".
- Blow, sopro, em inglês, do título original do filme, é uma palavra da gíria da cocaína para o consumo da droga.
- Em 13 de janeiro de 2002, durante um jogo de basquete, o diretor Ted Demme desmaiou e morreu de um ataque cardíaco que pode ter sido relacionada a cocaína encontrada mais tarde em seu corpo durante uma autópsia. Blow Foi o último filme do diretor .
- Na primavera de 2002, Christina Jung finalmente visitou seu pai e disse que estava arrependida por não ter vindo antes.
- Sigmund Freud utilizava cocaína em sua clínica como medicamento para depressão…e para satisfação própria.
- Em 1994, George Jung foi preso no México com vários quilos de maconha, e foi sentenciado a 21 anos de prisão. Sua pena terminará em 2015, e ele estará com 72 anos.
Página pessoal dele: http://www.myspace.com/georgejung
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