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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Filmes interessantes 2: Obrigado Por Fumar

 Obrigado por Fumar
titulo original: (Thank You for Smoking)
lançamento: 2006 (EUA)
direção: Jason Reitman
atores: Aaron Eckhart , Maria Bello , Cameron Bright , Adam Brody , Sam Elliott
duração: 92 min
gênero: Comédia




sinopse:
Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, Ortolan K. Finistirre (William H. Macy), que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto Nick conta com a ajuda de Jeff Megall (Rob Lowe), um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. Sua fama faz com que Nick atraia a atenção dos principais chefes da indústria do tabaco e também de Heather Holloway (Katie Holmes), a repórter de um jornal de Washington que deseja investigá-lo. Nick repetidamente diz que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey (Cameron Bright) dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo.




O poder do argumento , o controle e a manipulação de informações.

Em tom de comédia, O diretor estreante Jason Reitman nos leva a conheçer estas e outras armas que o personagem  Nick Taylor (Aaron Eckhart) ( e a industria tabagista)  , usa para explicar ao seu filho Jason (Cameron Brigth) como faz para ganhar a vida. Baseado no livro homônimo de Christopher Buckley e dirigido por Jason Reitman (filho de Ivan Reitman, de "Os Caça-Fantasmas"),

A primeira cena surge como aos conhecidos programas de debates americanos onde um assunto especifico é selecionado para discussão especialistas em diversas áreas de conhecimento relacionados ao tema são convidados a emitir suas opniões. Ainda que o quadro lhe seja desfavorável no começo do programa pois o nosso protagonista tem de enfrentar uma platéia que lhe é antipática, a presidente de um grupo anti-tabagismo adolescente, a presidente da associação de pneumologia, o representante dos serviços de saúde e humanitários , um adolescente com cânçer e o própio Nick Taylor representando as industrias de cigarro.Essa situação serve como mote para apresentar o protagonista, sua profissão e os efeitos do cigarro sobre a sociedade moderna. Como era de se esperar, Nick é acusado pelos participantes como culpado pelo problema do adolescente com cânçer e em certo momento é vaiado pela platéia do programa.Contudo, através da inversão do foco da acusação, Nick ``vira o jogo´´ e consegue que a platéia aceita suas idéias absurdas e acaba por ser apoiado pelos espectadores.

Nick é o típico personagem moralmente duvidoso , convocado a reverter a queda nas vendas e a imagem negativa da indústria, Naylor bola um plano ambicioso: colocar os cigarros de volta nos filmes. Como o personagem lembra, foi o cinema que emprestou glamour ao ato de fumar. "Mas hoje só europeus e psicopatas fumam nos filmes", diz Naylor. Apesar de ter consciência dos maleficios da industria que defende e da profissão que desempenha, em nenhum momento hesita em agir de maneira diferente e continua a trabalhar por questão meramente financeira não importando os resultados negativos finais junto a sua clientela.
Mais do que a indústria do cigarro e seus inimigos, o verdadeiro tema de "Obrigado por Fumar" é a chamada "culture of spin" ou cultura da manipulação de informações. Especialista no assunto, Naylor tem a missão de convencer os consumidores a comprar um produto que eles sabem ser prejudicial à saúde. Seu argumento preferido é o da "liberdade pessoal" - mesma desculpa usada pelo governo Bush para muitas de suas ações.




Nick Argumentando: ``Vejam o filme e comprem cigarros´´


A riqueza argumentativa, a fotografia, a forma como foi tratado o tema e a atuação dos atores faz brilhar os olhos dos telespectadores. É um filme que suscita muitas reflexões como o vício, a propaganda, o poder da argumentação, as relações familiares, ética profissional, enfim, indiscutivelmente, o filme é um prazer e uma  aprendizagem, para isso, são mostradas diversas situações de bastidores da indústria fabricante, inclusive com estudos científicos “sérios” manipulados para desmistificar a ideia de que nicotina é droga, vicia e mata. O filme revela também de que forma a mídia, incluindo o próprio cinema, vêm sendo usada ao longo do tempo para promover uma espécie de way of life de fumantes. Gente bonita, glamourosa, sorridente e com o veneninho entre os dedos, que em nada lembram as deprimentes cenas de gente morrendo de câncer ou bebês abortados, das campanhas do Ministério da Saúde.






 Representantes das indústrias do álcool, das armas de fogo
 e do tabaco: jantar com os  ``Mercadores da Morte´´.


Em determinado momento da produção “Obrigado por fumar”, estão reunidos ao redor de uma mesa, num restaurante qualquer, os representantes das indústrias do álcool, das armas de fogo e do tabaco. São amigos e se sentem muito próximos pelo fato de fazerem lobby por produtos que são fortemente rechaçados através da mídia ou pela pressão de ONGs. Sentem-se, em determinados momentos, ainda mais próximos pois ao encarnarem os advogados de defesa desses produtos acabam se tornando o alvo da hostilidade pública contra as indústrias que representam.

Entre as conversas que têm, acabam até com certo orgulho comparando os índices de mortalidade nos Estados Unidos auferidos para os produtos que representam. Cada qual deles munido das mais recentes estatísticas parece querer mostrar mais poder de fogo (sem ironia qualquer da minha parte nesse sentido). Até o momento em que percebem o rumo que sua discussão tomou e o quanto o que estão afirmando atenta contra os interesses que representam ou, ainda pior, contra eles mesmos...

Essa seqüência emblemática do filme de Jason Reitman, produção de baixo custo (orçado em 6,5 milhões de dólares, uma verdadeira pechincha para os padrões de Hollywood), que teve participações especiais de nomes conhecidos e importantes da indústria cinematográfica americana (como Sam Elliott, Katie Holmes, Rob Lowe, Robert Duvall e William H. Macy) é apenas uma amostra do senso de humor que permeia a produção e que, propositalmente, nos direciona a refletir sobre a indústria tabagista e os seus rumos no mundo em que vivemos.

Há várias outras oportunidades em que podemos conferir o quanto o trabalho de lobistas muito bem preparados, como o personagem principal, Nick Naylor , acaba sendo decisivo para que uma droga legalizada, de sérias e graves conseqüências para a saúde pública, não apenas mantém seus já fiéis consumidores como ainda tem fôlego para conquistar novas legiões de adeptos apesar das restrições legais e batalhas jurídicas nas quais está envolvida mundialmente.

A contrapropaganda é bastante eficiente, ainda mais quando vemos seqüências como aquela em que o cowboy celebrizado numa propaganda de conhecida marca de cigarro, combalido pelo câncer que faz com que seus dias nessa terra estejam contados para breve, recebe a visita do lobista que tem a dura missão de convencê-lo a deixar de se manifestar contra seus ex-empregadores... Confira! Para que num futuro próximo possamos dizer a todos os nossos alunos, filhos, amigos, sobrinhos, colegas e conhecidos... Obrigado por não fumar!



curiosidades

- O diretor Jason Reitman escreveu cartas a cada um dos principais atores do filme, explicando porque o considerava ideal para interpretar o personagem. A tática deu certo, já que todas as primeiras escolhas do diretor aceitaram o convite para atuar em Obrigado por Fumar;

- Nenhum ator é visto fumando durante todo o filme;

- William H. Macy gravou sua participação em apenas uma hora, enquanto que Rob Lowe gravou todas as suas cenas em um dia;

- Christopher Buckley, autor do livro no qual Obrigado por Fumar é baseado, pode ser visto na cena na estação do metrô, lendo um artigo da personagem Heather Holloway sobre Nick Naylor;

- O orçamento de Obrigado por Fumar foi de US$ 6,5 milhões.
 



O ESTRAGO DO TABACO NO CINEMA E EM OUTRAS ARTES

Abaixo deixo um link de um site muito bom que trata sobre os malefícios do tabagismo , com depoimentos de politicos, personalidades variadas, musicos e atores famosos, alguns em seu leito de morte por causa de vários cânçeres adquiridos pelo habito de fumar, veja e divulgue!

 

Os jovens são o alvo

Para conquistar novos consumidores, a indústria do tabaco aposta em diferentes fórmulas de produtos e publicidade

Festas, baladas, música eletrônica e DJs renomados – o universo jovem é marcado por animação e agito. O estilo das roupas, dos cabelos, a linguagem – cada detalhe busca um conceito e influencia o modo de ser, pensar e agir dos jovens.

A indústria do cigarro sabe que esse público é promissor e que podem ser seus clientes regulares amanhã.  “Pesquisas apontam que os tabagistas iniciam o consumo em média aos 15 anos”, explica Stella Martins, coordenadora do Programa de Atenção ao Tabagista do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Com a restrição da propaganda direta do cigarro, a publicidade para o jovem ficou mais sofisticada, com o aprimoramento do uso dos pontos de venda. A aposta passou a ser os chamados pontos de venda “ambulantes”. Nessa nova modalidade de propaganda, as empresas promovem festas e divulgam amplamente sua marca como patrocinadora do evento através do estímulo visual dos logos, modelos e promoters, contratadas pelas empresas, segundo relata a especialista Stella Martins. Na oportunidade, os jovens preenchem cadastros que oferecem canais de comunicação, principalmente via e-mail, para a divulgação de novos eventos e brindes promocionais.

“Em todas essas ações as empresas criam uma imagem positiva junto ao jovem, que acabam por associar o cigarro com diversão e prazer. Também vale ressaltar que a indústria do tabaco realizou uma série de estudos para traçar um perfil detalhado desse público. Descobriu, por exemplo, que o adolescente não gosta do sabor do cigarro quando faz a experimentação, por causa do gosto amargo. Para conquistá-los, então, lançou no mercado uma série de cigarros com aromas diversos, que não por acaso possuem teor mais elevado de nicotina, substância responsável pela dependência”, conta Stella Martins.

Esses e mais dados foram obtidos a partir de documentos secretos, divulgados após uma série de ações judiciais contra as empresas de tabaco nos Estados Unidos. Os relatórios revelam estudos minuciosos e reuniões onde se discutia abertamente táticas para conquistar consumidores. “Até mesmo os aromas e sabores dos cigarros para o público jovem eram estratégicos. O de tutti frute, por exemplo, remetia ao sabor de balas e chicletes, para lembrar a infância”, relata.

Para Stella, evitar essas articulações implica na restrição total da publicidade do tabaco. “Na maioria das províncias do Canadá, mesmo nos pontos de venda os cigarros não ficam expostos ao público, ou seja, o fumante não visualiza nem o cigarro nem a marca. A ausência de estímulo visual tem efeito protetor tanto para o adolescente quanto para quem está parando de fumar, afirma.

*Texto encaminhado pela assessoria da Abead  (Associação Brasileira do Estudo do Álcool e Outras Drogas).



Vamos ser mais conscientes!

Beijo do gordo...







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