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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CRIOGENIA: FATOS INTERESSANTES

Criogenia Humana



É denominada criogenia humana a técnica de congelamento de cadáveres, ou células, para que sejam ressuscitados no futuro. Nos dias atuais isso já dá certo com embriões: óvulos fecundados podem ficar na “geladeira” com boas chances de sobreviver a um descongelamento – cerca de 60%. Com base nisso, muitas pessoas acreditam que isso possa funcionar com seres humanos inteiro, sendo que hoje, aproximadamente 177 pessoas e cerca de 60 animais já foram congeladas depois de morrerem.

A idéia básica é simples, incrível e fantástica: após você morrer, médicos te colocam num tanque de nitrogênio líquido, guardado a -196ºC, temperatura em que não há decomposição das células do corpo. Passados 500 anos, os cientistas descobrem (ou não) um jeito de combater a doença que causou a sua morte e o descongelam.  Mas nem tudo são flores.

Os próprios métodos usados para congelar uma pessoa causam danos às células, que só poderiam ser reparados por tecnologias que ainda não existem” - Robert Ettinger, grande divulgador da técnica

 

 

Como funciona a criogenia?

  1. Quando o paciente é declarado morto, os médicos tentam evitar a deteriorização do corpo injetando medicamentos e usando máquinas para que se mantenha a circulação do corpo e a oxigenação, evitando a morte de partes singulares.
  2. O corpo é envolto em uma espécie de manta, que o ajuda a mantê-lo frio, e então é transportado até uma clínica em temperaturas baixas, que fazem o cérebro exigir menos oxigênio para manter os tecidos vivos por mais tempo.
Como uma célula em estado normal é composta principalmente de água, após o congelameto a tendência é que essa água se agrupe formando cristais de gelo (que espremem e danificam as células). Então é feito um processo chamado vitrificação, que faz com que a água se mova cada vez mais devagar – é o chamado estado de animação suspensa.
  1. Na clínica, o sangue do “paciente” é retirado, enquanto por outro tubo, é inserido um líquido crioprotetor, uma substância química a base de glicerina. Este líquido substitui outros compostos intracelulares, evitando assim que se formem cristais de gelo dentro das células.
  2. Depois da injeção das substâncias, o corpo fica em uma cabina com gás nitrogênio circulante por cerca de três horas. Este processo assegura que todas as partes do corpo fiquem congeladas por igual. No final desta etapa, o “paciente” estará completamente vitrificado.
  3. Em seguida, o corpo é colocado em um saco plástico protetor e imerso em um cilindro de nitrogênio liquido, onde é monitorado. Nesta fase, há riscos que ocorram fraturas no corpo, principalmente nas áreas que são submetidas à vitrificação – já que, o próprio líquido criogênico pode endurecer e quebrar.
  4. Por fim o corpo é colocado em um tubo de nitrogênio com mais três corpos e duas cabeças. Os corpos pode ficar ali por centenas de anos até que a ciência descubra um modo de recuperá-los, ou não…

 

Preços e Ficção Científica



Hoje o processo só é realizado por duas empresas: a Alcor e a Cryonics Institute. Como dito anteriormente, a criogenização não é fácil e muito menos é barata. Hoje se pode ser congelado por 82 mil reais, ou você pode congelar seu animal de estimação por 17 mil. É claro, se você viverá para sempre, é necessário que animalzinho companheiro tambem viva.

Paciente em submersão

A criogenia é um assunto bem debatido quando o foco é ficção científica. Filmes como “Sleeper” de 1973 e “2001: Uma odisséia no espaço” de 1968 já falavam sobre o assunto em meados da década de 70. Existem também exemplares mais novos de filmes que falam sobre, como por exemplo: “Austin Powers: um agente nada discreto” (1997), “Eternamente Jovem” (1992), “A.I. – Inteligência Artificial” (2001).

Mas a principal pergunta é: Vale mesmo a pena entregar meu sagrado dinheirinho em algo que não tem 100% de certeza de funcionar?

É interessante ressaltar, ainda, que é um processo de risco: já que, se as empresas vierem a falir, os corpos que ela guarda serão entregues para estudos ou até mesmo descartados.

 

 

Imortalidade salgada

Por enquanto, virar picolé sai caro
Custo da criogenia*
Empresa Alcor (Estados Unidos)
Corpo inteiro: R$ 352 mil
Só a cabeça**: R$ 146 mil
Crynics Institute (Estados Unidos)
Corpo inteiro: R$ 82 mil
Animal de estimação: R$ 17 mil
* Valores das duas únicas empresas no mundo que aplicam a técnica
** Para concervar o cérebro e, no futuro, religá-lo a outro corpo






Mitos

Walt Disney congelado?

Os rumores foram fortes nos anos 60, mas não passam de lenda urbana
Não, o corpo do criador do Mickey não está congelado. Tudo indica que os boatos de que o cadáver de Walt Disney virou um picolé criogênico não passam de lenda urbana. A versão oficial é que o desenhista e empresário foi cremado logo após sua morte, em 1966. Mas, na época, o funeral reservado e o fato de a criogenia estar na ordem do dia, com o sucesso do livro A Prospect of Immortality ("Uma Perspectiva de Imortalidade", inédito no Brasil), de Robert Ettinger, alimentaram a especulação. Outro fato impulsionou a lenda: a primeira experiência criogênica humana ocorreu apenas um mês após a morte de Disney, quando o cadáver do norte-americano James Bedford foi congelado.

James Bedford



Questões a resolver


Não é nova a idéia de ter o corpo congelado após a morte com a finalidade de esperar pela cura das doenças. Hoje, cerca de 150 pessoas já aderiram à criogenia, número que poderia ser muito maior, não fosse um simples detalhe: ninguém tem a menor idéia de como descongelar os corpos e trazer novamente à vida essas pessoas.

O que aconteceria se fosse descoberta uma resposta para isso? Será que quando a pessoa acordar ela conseguirá se lembrar do passado? Uma vez desligado, o cérebro não perderia toda a informação acumulada? Seria terrível ter um corpo de 60 ou 70 anos com a mente de um bebê recém-nascido.

É possível que o cérebro preserve parte da memória mesmo depois da morte. "Temos três tipos de memória", explica o professor e pesquisador de neurologia da Unifesp Ademir Baptista Silva. "A elétrica, de curta duração, a química, que inclui fatos e pensamentos um pouco mais notáveis, e um terceiro tipo baseado em proteínas, que guarda tudo o que é mais importante ou repetido." Pelo que se sabe, a memória física pode ser preservada no congelamento.

Ou seja, a pessoa esqueceria o que almoçou no dia de sua morte ou a roupa que estava usando, mas lembraria seu nome, sua idade, o dia de seu casamento e tudo mais que tivesse importância a ponto de ficar gravado na memória. Ainda assim, não está totalmente clara a fronteira entre as memórias que se perderiam (elétrica e química) e a que ficaria (física). O pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Ivan Izquierdo, uma das maiores autoridades do mundo em memória, confirma que existem alterações estruturais em sinapses localizadas, o que proporciona a permanência a longo prazo de memórias. Mas alerta que nunca ninguém testou se essas sinapses resistiriam ao congelamento. Os especialistas concordam, porém, que acordaríamos num estado de grande confusão mental e que algumas coisas teriam de nos ser reensinadas.

Isso é mais importante do que parece, pois pode influir no estado emocional da pessoa trazida à vida. Mesmo que antes do congelamento nos preparemos psicologicamente para enfrentar um mundo totalmente novo quando acordarmos, daqui a 50 ou 100 anos, tudo isso pode ir por água abaixo. Imagine se um contemporâneo de Rui Barbosa acordasse hoje numa avenida movimentada, no meio de carros e luminosos.

Possivelmente teria um ataque de pânico. É provável que fossem criadas escolas ou instituições especiais para atender a essas pessoas, que, certamente, necessitariam de um tempo para a readaptação.

A criogenia aumentaria o número de habitantes no planeta. "A longo prazo isso se tornaria um problema", diz o pesquisador americano Kevin Brown, da Universidade Carneggie Mellon, em Pittsburgh, Estados Unidos. Segundo ele, porém, o risco de superpopulação só ocorreria se o processo estivesse acessível a um número muito grande de pessoas e se, ao mesmo tempo, a expectativa média de vida da população mundial fosse elevada para 130 ou 140 anos.

 Readaptação religiosa, até. Para quem é cristão, a dúvida é se ele precisaria ser batizado de novo? "Não se sabe ao certo", diz o padre Leo Pessini, coordenador da Comissão de Bioética do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo. Autoridade em assuntos como clonagem, ele explica que a criogenia foi pouco discutida pela Igreja Católica, mas que os cristãos aceitam o conceito científico de morte. Se os corpos forem classificados como vidas em suspensão, não haveria conflito: eles acordam com alma. "Para o espiritismo, a criogenia é inadmissível, pois altera o curso normal da vida e da morte", diz Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil. Porém, ela acredita que não haveria desprendimento do espírito enquanto o corpo estivesse congelado. Ou seja, não há o risco de a alma reencarnar e deixar o corpo "vazio".





Eu hein, quero isso não...




Mergulhe nessa
Na internet:
www.alcor.org
www.cryonics.org

3 comentários:

  1. Caraca meu, interessante saber que ainda assim as pessoas querem ser imortais sem ao menos saber se vai dar certo ou o custo disso... só pra ricos rsrsrsr

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  2. Já morreu mesmo. Eu queria. Topo! Quem quiser pagar para mim to dentro.

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  3. Já morreu mesmo. Eu queria. Topo! Quem quiser pagar para mim to dentro.

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